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Imortal, Ailton Krenak é o primeiro Indígena eleito para a Academia Brasileira de Letras



Em um marco histórico para os povos originários do Brasil: Ailton Krenak foi eleito para a cadeira 5 da Academia Brasileira de Letras (ABL). Filósofo, professor, escritor, poeta, ambientalista e líder ativista. Nascido em 1953 no município de Itabirinha, Minas Gerais, Krenak é uma figura proeminente na defesa dos direitos dos povos indígenas e nas causas ambientais.


Eleito com 23 votos de 39, a eleição de Krenak para a ABL não é apenas uma honra pessoal, mas também um reconhecimento do valor e da riqueza das narrativas indígenas na literatura brasileira e sua importância para a difusão do conhecimento ancestral, principalmente em relação a causa da preservação ambiental aliada a noções sustentáveis de desenvolvimento e conscientização social. Também este ano, Krenak foi eleito para a Academia Mineira de Letras, sendo também o primeiro indígena da AML.


Em 1985, fundou o Núcleo de Cultura Indígena, uma organização não governamental dedicada a promover a cultura indígena. Além disso, foi uma voz crucial na Assembleia Nacional Constituinte de 1988, onde protestou pintando o rosto com jenipapo, um gesto simbólico em defesa dos direitos indígenas, e de 2003 a 2010 foi assessor especial do Governo de Minas Gerais para assuntos indígenas.


Além de sua dedicação às questões indígenas, Krenak é um educador, palestrante e autor prolífico. Em 2000, protagonizou a série documental "Índios do Brasil" da TV Escola, abordando entre outros temas, a cultura indígena, meio ambiente e o direito a terra. Em 2018, ele também foi destaque na série documental "Guerras do Brasil" na Netflix, uma exploração detalhada dos conflitos que moldaram o Brasil ao longo dos séculos. Seu envolvimento nesta série destacou não apenas sua importância como líder indígena, mas também como um dos intelectuais mais relevantes do Brasil contemporâneo, Em 2021, lançou o livro "Ideias para Adiar o Fim do Mundo", que se tornou um best-seller e foi traduzido para vários idiomas.


Defensor do meio ambiente, luta contra a exploração capitalista, como no desastre do rompimento da barragem do Fundão em 2015, que afetou profundamente seu povo e suas terras, especialmente o rio Doce, o levou a se tornar uma voz incansável contra a destruição ambiental.


Com sua eleição para a Academia Brasileira de Letras, Ailton Krenak não apenas faz história como o primeiro indígena na instituição, mas também nos lembra da riqueza e da importância das perspectivas indígenas na sociedade e na literatura brasileira. Sua presença na ABL é um lembrete eloquente de que as vozes dos povos originários não só merecem ser ouvidas, mas também celebradas e respeitadas em todos os níveis da sociedade brasileira.


Bibliografia:

  • Ailton Krenak (Encontros). Organização de Sergio Cohn. Rio de Janeiro: Azougue, 2015

  • Ideias para Adiar o Fim do Mundo. São Paulo: Companhia das Letras, 2019

  • O Amanhã Não está à Venda. São Paulo: Companhia das Letras, 2020

  • A Vida Não é Útil. São Paulo: Companhia das Letras, 2020

  • Lugares de Origem, com Yussef Campos. Editora Jandaíra, 2021

  • Futuro Ancestral. São Paulo: Companhia das Letras, 2022

  • O sistema e o antissistema: três ensaios, três mundos no mesmo mundo, 2021

  • O lugar onde a terra descansa, 2000

  • Firmando o pé no território, 2020

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