Reuniões com a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos e a Secretaria Municipal de Saúde de Salvador ocorreram dia 12 e 14 respectivamente.
Na terça-feira (12), a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (SJDH) em Salvador houve uma importante reunião destinada à discussão de um plano de ações voltado para o atendimento de crianças e adolescentes com Transtorno do Espectro Autista (TEA) na Bahia. Mães atípicas desempenharam um papel central, apresentando demandas cruciais que irão nortear a expansão e melhoria do tratamento no estado. O encontro reuniu a presidente do Centro Palmares, Tatiane Souza com representantes da Superintendência dos Direitos da Pessoa com Deficiência (Sudef/SJDH), da Secretaria de Saúde (Sesab), do Coletivo de Mães de Crianças e Adolescentes com TEA e da Associação de Mães Autistas (AMA).
O titular da Sudef/SJDH, Alexandre Baroni, enfatizou a importância desse momento como um avanço na inclusão de pessoas com deficiência no estado, destacando a necessidade do apoio da sociedade civil na construção de políticas públicas que atendam às necessidades das pessoas com TEA e a importância de ouvir as mães. A assessora da Diretoria de Gestão do Cuidado da Sesab, Clarissa Campos, enfatizou a formação de um grupo de trabalho para dialogar com as demandas e criar um plano de ação concreto que permita ao estado desenvolver ações eficazes para atender os pacientes com TEA.
Segundo Tatiane Souza do Centro Palmares:
"Esse plano de trabalho foi construído em conjunto com outras mães. Temos uma demanda que é imediata. Queremos estar nesse grupo de trabalho para colaborar na elaboração das políticas públicas que possam atender crianças e adolescentes com autismo"
O acesso a terapias multidisciplinares para os pacientes foi um dos principais tópicos discutidos no encontro, juntamente com outras 19 propostas visando à redução da fila de espera por tratamento para pessoas com TEA, assim como a expansão e descentralização dos Centros Especializados de Tratamento, a disponibilização de medicamentos na rede pública de saúde, a capacitação especializada para profissionais de saúde, o acolhimento das famílias e a realização de mutirões de atendimento para diagnóstico e coleta de dados sobre pacientes com TEA, além de dar continuidade à formação do Grupo de Trabalho (GT) sobre o tema, composto pela SJDH e pelas secretarias de Saúde, Assistência e Desenvolvimento Social, Educação, e Promoção da Igualdade Racial, Povos e Comunidades Tradicionais, a SJDH anunciou a próxima emissão da Carteira de Identificação de Pessoas com TEA (CIPTEA) por meio de um sistema, com previsão para ser lançada ainda este mês.
Fotos: Janaina Neri/Ascom-SJDH
Centro Palmares e grupos de mães atípicas também se reuniram com Secretária de Saúde de Salvador
Já hoje pela manhã (14), desta vez com a Vice-Prefeita e então Secretária Municipal de Saúde de Salvador, Ana Paula Matos, o Centro Palmares, representado por Miwky Abe, além de representantes de grupos de mães de pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) se reuniram para discutir e soluções sobre os serviços de saúde e questões essenciais como o acompanhamento das pessoas com TEA, o cuidado com as mães, a qualificação profissional e a garantia do lazer.
O encontro contou com a presença de mães que atuam incansavelmente na defesa dos direitos das pessoas com TEA e suas famílias. Além de Miwky pelo Centro Palmares, também estavam presentes Daiane Casaes, da ALIANÇA; Ana Félix, da A NACA Autismo; Bárbara Vanis, uma mulher autista representando AUTIMAIS E LEOAS. Trazendo suas perspectivas e experiências para a discussão, o espaço visou promover um diálogo construtivo para converter-se em políticas públicas, reconhecendo na importância de se ouvir as demandas das mães referentes a causa do autismo na cidade.
Também estiveram presentes Daiane Pina, Diretora de Políticas Públicas para Pessoas com Deficiência da Secretaria Municipal de Promoção Social e Combate à Pobreza (SEMPS), Augusto Vidreira, Diretor de Atenção Primária à Saúde, e Zaida Melo, Assessora interinstitucional da Secretaria Municipal de Saúde (SMS).
O diálogo foi além das questões relacionadas aos serviços de saúde. As mães enfatizaram a importância de considerar o acompanhamento das pessoas com TEA em sua totalidade, levando em conta também as dimensões físicas, emocionais e sociais. Além disso, destacaram a importância da necessidade de cuidar do bem-estar das próprias mães que acabam assumindo uma série de responsabilidades no cuidado diário de crianças e adolescentes autistas, entre as políticas de assistência apresentadas estão cursos de qualificação e momentos de lazer que possam aliviar a pressão enfrentada por essas dedicadas cuidadoras que muitas vezes só encontram suporte em suas redes de apoio.
Fotos: Perfil de Ana Paula Matos
Sobre a Ação Coletiva e a garantia de terapias multidisciplinares pelo estado da Bahia.
Já em relação a garantia de políticas públicas de saúde para crianças e adolescentes em todo o estado da Bahia, o Centro Palmares, em especial na figura de sua Presidente, Tatiane Souza, com cerca de 20 grupos de mães atípicas e a Defensoria Pública do Estado da Bahia entraram com uma Ação Civil Pública buscando garantir os tratamentos multidisciplinares para crianças e adolescentes com TEA, em especial devido ao aumento das demandas individuais e a escassez de vagas pelo estado.
Dois atos já foram realizados em Salvador, reunindo centenas de mães, crianças, adolescentes e redes de apoio no objetivo de reivindicar a aplicação dos tratamentos multidisciplinares.
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