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A LUTA PELA MÃE TERRA É A MÃE DE TODAS AS LUTAS



Desde o início do governo Bolsonaro, presenciamos uma escalada de ataques aos pilares das políticas ambientais, tanto do ponto de vista institucional – com as propostas de acabar com o ministério do meio ambiente e deslocar a FUNAI para o Ministério da Agricultura – como das políticas produzidas de monitoramento, com a negação e deslegitimação dos dados produzidos pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), que apontavam a crescente desenfreada do desmatamento.


Além disso, vale salientar, houve o congelamento por parte do Presidente da República dos recursos de mais de 3 bilhões destinados à política de preservação da floresta e ao desenvolvimento sustentável. Sua retórica beligerante contra os povos tradicionais e o meio ambiente chegou ao ápice nos últimos dias, refletindo-se na catástrofe dos incêndios criminosos que alertaram o mundo para o perigo da política adotada por esse governo que possui o apoio da bancada ruralista e dos setores da indústria, bem como ao apoio do império Estadunidense, comandado por Trump.


O atual governo brasileiro se coloca claramente contra os povos indígenas, quilombolas e contra as Organizações não Governamentais (ONG’s), deixando claro que está declarada a guerra a esses setores da sociedade.


Recentemente saiu uma pesquisa da Confederação Nacional de Transportes (CNT) onde os dados mostram que 93% da população defende o meio ambiente e repudiam as políticas de ataque, contudo, ainda assim o presidente não demonstra nenhum recuo na perseguição aos direitos dos povos tradicionais e a política de preservação ambiental, deixando claro que está disposto a levar essa política às últimas consequências.


É importante salientar que a conjuntura atual – de crise do capitalismo, tem levado à radicalização de um movimento de extrema direita, financiada por grandes corporações no mundo. Para esse setor, todos devem se curvar às lideranças do modelo capitalista americano, que tem fomentado – através de uma esquema ilícito de apropriação de dados das redes e a produção de fake news, como foi denunciado pelo documentário “privacidade raqueada”, governos autoritários, com retóricas e políticas anti globalistas, que incitam a restrição dos direitos humanos e individuais, que atacam o meio ambiente e defendem um modelo neoliberal que opera com a lógica do lucro e exploração extrema, relativizando a questão do aquecimento global, criando para isso uma extrema direita internacional.


No Brasil a eleição do Bolsonaro está articulada com essa política para a qual o grande inimigo interno são as minorias indígenas, quilombolas, entre outras minorias de sexo, gênero e raça.


Por sua vez é importante destacar que também há um movimento crescente de resistência – seja na Europa com o Movimento Democracia na Europa em 2025, para combater a mudança climática e gerar emprego; ou o Extinction Rebelion, grupo internacional para evitar a extinção em massa causada pela mudança climática; bem como com o crescimento dos verdes no parlamento europeu; nos Estados Unidos verifica-se o engajamento de uma juventude de esquerda que cresceu com a candidatura de Bernie Sansders e vem pressionando os democratas com pautas à esquerda; já no Brasil, apesar da esquerda estar nas “cordas” depois dos Golpes de 2016, temos a oportunidade agora, depois desses últimos acontecimentos catastróficos que chamaram a atenção da opinião pública mundial e local, de construir uma ampla unidade em torno dessa pauta no confronto direto com o governo Bolsonaro e os setores do seu bloco de apoio.


Tendo em vista esse contexto, a importância dessa pauta na sociedade brasileira e no mundo, bem como a nossa luta contra o racismo e em defesa dos povos tradicionais, pensamos que devemos provocar os setores organizados da sociedade para a articulação de uma grande frente em defesa dessa luta e uma campanha contra o ataque desse governo aos direitos dos povos tradicionais e ao meio ambiente. Assim manifestamos todo nosso apoio à CPI do dia do fogo e repudiamos os ataques do presidente ao fundo.


A defesa dos direitos dos povos tradicionais está assegurada na constituição, não sendo, portanto, admitidas medidas que visem flexibilizar esses direitos. Devemos defender as reservas indígenas e o reconhecimento das terras quilombolas, bem como combater o racismo ambiental, o terrorismo fascista e o nazifascismo promovido pelos grileiros e pelo agronegócio.

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